Para marcar o centenário da Matriz de São João Batista, a mais antiga de Foz do Iguaçu, o pároco Carlos Humberto, o já popular padre Carlão, com apoio do bispo Dom Sérgio de Deus, se propôs um desafio: revitalizar a casa paroquial da igreja.
A matriz comemora 100 anos em 2024.
Padre Carlão lançou este desafio em agosto do ano passado, confirmando por que é conhecido também como “padre construtor”.
No futuro, se a revitalização for patrocinada, poderá ser incorporada a um circuito turístico, histórico-cultural e patrimonial da cidade. Afinal, um município que preza pela sua história, e tem como premissa a zeladoria de seu patrimônio público, não poderia deixar de abraçar um projeto tão importante.
“É um acervo que merece e precisa ser preservado para essa e futuras gerações, independentemente de religião”, defende padre Carlão.
A casa paroquial hoje é restrita a ser moradia de padres. Com a revitalização, a ideia é que seja aberta à visitação de moradores e turistas. O formato ainda será estudado.
Para dar andamento ao projeto, pessoas da área de turismo, servidores públicos, arquitetos e demais profissionais se debruçam sobre plantas, desenhos e ideias.
Padre Carlão está pedindo à comunidade que doe fotos, vídeos e outros objetos referentes ao padre Germano Lauck, para formar um acervo de uma das salas previstas para visitação na casa paroquial.
Padre Germano, falecido há 13 anos, esteve à frente de grandes ações sociais em Foz do Iguaçu.
BELEZA HISTÓRICA
Com pisos bem conservados, fabricados na Alemanha no começo do século passado, portas de sete metros de altura e janelões mantidos originalmente, o casarão da casa paroquial é um dos mais bonitos prédios da cidade. A localização é privilegiada, na parte elevada e central.
No entanto, a construção encontra-se ameaçada pelas intempéries ao longo de todos esses anos e pela falta de investimentos em manutenção adequada, embora padre Carlão já tenha providenciado algumas pequenas reformas no local.
Dentro da nova proposta de revitalização de todo o espaço da igreja, o que se pretende é abrir algumas salas da casa paroquial para contar a história da própria igreja, assim como da cidade e até mesmo de alguns dos patrocinadores.
Para dar sustentabilidade à Paróquia São João Batista, a ideia é que sejam instalados um café e uma loja de souvenires nas instalações pertencentes à igreja e que o circuito de visitação seja explorado pela iniciativa privada.
Há um forte apelo para isso, a exemplo do Espaço do Barrageiro, na Vila A, passeio que será operado pelo Parque Tecnológico Itaipu e outros city tours.
No futuro, Foz do Iguaçu poderá ter múltiplos e diversos circuitos, abrindo oportunidades de trabalho para vários profissionais, tanto da construção civil, em um primeiro momento, quanto para guias de turismo, historiadores, motoristas de aplicativos e de ônibus, entre outros.
Ainda segundo a proposta, o terreno da igreja, onde está o túmulo de padre Germano, figura querida na cidade, também poderia ganhar um boulevard, com maior aproveitamento e embelezamento do espaço e mais arborização e paisagismo.
O casarão, no coração do centro do paço municipal, passaria a ter papel de destaque dentro de um projeto modular ainda mais ambicioso, que prevê restaurar outros espaços culturais de Foz, cidade que tem na sua gene o turismo.
Respeitar a história da cidade é um dever de todos nós.